Nem Tudo Que Reluz

Uma exposição sobre os adornos e a arte contemporânea
2025

A exposição propõe uma imersão sensível nos múltiplos sentidos que o adorno apresenta, compreendido não apenas como ornamento estético, mas como inscrição simbólica no corpo e no tempo. A mostra reafirma uma curadoria comprometida com perspectivas femininas, feministas e plurais, nas quais o adorno se revela como expressão de memória, identidade e pertencimento.

Inaugura-se o percurso expositivo iluminando-se os extremos do tempo e da sensibilidade material com um colar de sementes do Museu do Homem Americano — testemunho ancestral do uso simbólico do corpo — e uma série de joias e obras de Amélia Toledo — artista que, ao integrar minerais e formas orgânicas, reinventou o adornar como linguagem vital. Assim evoca-se o elo entre natureza, criação, identidade e o feminino.

Reunindo artistas brasileiras que exploram linguagens diversas, a exposição explora os vínculos entre práticas ancestrais e a criação contemporânea. Abordam os limites entre o efêmero e o eterno, o corpo e o lugar, o íntimo e o coletivo. Assim, dividida entre o espaço museológico e o urbano, a mostra constrói um percurso poético que traz aos públicos sensações, afetividades e emoções, evocando a potência ritualística e política desses objetos.

Desde os primeiros talismãs até as joias atuais, o adorno tem operado como mediador entre gerações, instrumento de afirmação ou dominação, símbolo de afetos, fé, classe e resistência. Um adorno é mais do que um objeto: é testemunho de uma história de deslocamentos, pactos e memórias; carrega a força dos minerais e das narrativas que o atravessam, tornando-se extensão do corpo e expressão do espírito.

Ao longo da história moldada pelo pensamento europeu, os adornos foram associados ao universo feminino — e, por consequência, tratados como expressão de vaidade e frivolidade. Essa leitura reducionista os opõe a uma suposta sobriedade masculina, marcada pela valorização da limpeza visual, da funcionalidade e do despojamento. Tal assimetria evidencia uma hierarquia estética, além de uma lógica de poder, revelando como certos corpos e suas formas de expressão foram desvalorizados. Nem Tudo Que Reluz desafia essa dicotomia ao reconhecer, no adornar-se, práticas de elaboração subjetiva, marca de presença, força simbólica e invenção política, salientando a potência do feminino.

Ao tratar o adorno como campo de disputa — entre tradição e reinvenção, pertencimento e exclusão — a exposição convida os públicos a olharem com atenção para os objetos que portamos: Que sentimentos suscitam? Quais histórias perpetuam ou ressignificam? Que valores comunicam?

Nem tudo que reluz propõe, assim, uma escuta cuidadosa das camadas simbólicas que o adorno carrega — reconhecendo-o como agente de uma linguagem sensível que se inscreve no corpo. Desde que se acendeu a faísca da humanidade, o adorno acompanha sua trajetória, sendo forma de expressão, conexão e transformação. Associado ao feminino, ele se revela como condutor de afetos, força que atravessa tempos e corpos, mediando aquilo que sentimos, lembramos e desejamos preservar.

Ficha Técnica

A TRANSÄLIEN
AMELIA TOLEDO
BIANCA TURNER
CAROLINA COLICHIO
CLAUDIA LARA
DÉBORA BOLSONI
ELLE DE BERNARDINI
JULIA PEREIRA
KAROLA BRAGA
KÁSSIA BORGES
KIMI NII
LAURA VINCI
LIDIA LISBÔA
MARIA LYNCH
MAVI MORAIS
NADIA TAQUARY
NAZARETH PACHECO
REBECA CARAPIÁ
RIZZA BOMFIM
SANDRA LAPAGE
YOHANA OIZUMI

Artistas

Ana Avelar

Curadoria

Stefania Dzwigalska

Direção Geral

Mariane Goldberg

Produção Executiva

Sergio Santos
Agnes Rosa

Direção de Produção

Letícia Ranzani
Isabela Vilela
Letícia Frungillo
Carolina Pardal

Produção

Tereza Bettinardi
Guilherme Mohr (assistente)

Design Gráfico

Jeanine Menezes

Projeto Expográfico

Sergio Santos

Projeto de Iluminação

William Zarella Junior

Direção de arte

Alex da Silva
Alexandre Garcia
Allan Felipe Dias
Allan Henrique de Souza
Carlos Hideo Fuji
Crystian Henrique
Daniel José da Silva
David Felipe Vieira
Davidson Costa
Denilson da Conceição
Dimitri Kuriki Yoshimaga
Ezequiel José da Silva
Fábio Eva Brandão
Fabio Santana
Francisco Célio Costa
Francisco dos Santos
Gabriel Mayuma
Gilberto Dias Freire
Guilherme Azevedo
Gustavo Matheus Aquino
Hugo Ilich Lefort Riquelme
James Rodrigues da Silva
João dos Santos Cruz Filho
José Guilherme Lobarinhas Jr
Lucas Gonçalves
Luis Carlos da Costa
Maria Camila Cavalcante
Maria Carolina Queiroz
Roberto Cardoso Amaral
Rodolfo Nunes Cardoso
Vitor Henrique Siqueira
Wellington Luis da Silva Brito
Weslley Elias Misael da Silva

Cenografia (Elástica)

MMV

Montagem luz e multimídia

Mel Carabolante
Éderson José de Abreu
Daniela Rosa
Willians Pereira

Montagem fina

Quilombo Cenografia
Fundição AMF
Cenotech
Eprom
Neon Três Estações

Construção de obra de Arte

Jarreta Projetos
David e Lola Berg

Engenharia

KA Arte e Cultura

Projeto Educativo

Enya Yoshii Pinotti
Verônica Gelesson
Thiago de Campos

Educadores

Giuliana Bergamo
Primeira opção produtora
Carolina Jafet
Michelle Côrte Real | Carolina Jafet | Rodrigo Simon
Agnes Rosa

Produção Audiovisual

Maré Dissidente

Projeto de acessibilidade

Mariane Tomie Sato
Luciana Yuri Sato

Museologia

WATT

Tradução e Revisão

Tormyc
Acciart

Comunicação Visual

Pablo Ladeira
Leandro Bevilacqua
Maihara Marjorie
Tatt
Vicente Schumacher Machado
Fabiana Amaral
Cynthia Gyürü

Comunicação

A4&Holofote Comunicação

Assessoria de Imprensa

Olivieri

Assessoria Jurídica

Gris Contabilidade

Assessoria Contábil

Lyam Leandro

Assistente Administrativo

Millenium

Transporte de obras

Howden Insurance Brasil

Seguro de obras

Staff Patrimonial

Grupo Pronto

UOL

Apoio de Mídia

Marketing Institucional Vivara

Patrocínio

Tête-à-Tête

Idealização e Realização

FUNDAÇÃO MUSEU DO HOMEM AMERICANO - FUMDHAM
Cristiana Barreto
Andréa e José Olympio Pereira
Ana Lúcia
Eduardo Bevilaqua
Maria Lucia Veríssimo
Luisa Toledo
Laura Delboni
Galeria Carbono
Galeria Verve
Galeria Lucaian Caravello
Galeria Lume
Galeria Nara Roesler
Almeida&Dale
Diáspora Galeria
Luis Maluf Galeria de Arte
Ana Magalhães
Rachel Vallego

Agradecemos a todas as pessoas e instituições que tornaram possível a realização da exposição

Neca Setubal
Maria Angela de Jesus

FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA

Jorge Damião
Aline Bernades Azevedo
Ana Clara Lima Gaspar
Daniel Ramalho de Sousa
Demócrito Mangueira
Gisele Dias Rodrigues
Guilherme Henrique Castilho
Jane Kelly Batista da Silva
Kenia Alves de Oliveira
Leandro Aparecido Santana
Mário Sérgio de Oliveira
Moacir Rodrigues Viana
Otávio de Matos da Rocha
Paulo Henrique Guimarães
Vânia Santos Almeida
Vitória Fernandes Napoli
Washington Luiz dos Santos

SOLAR FÁBIO PRADO